Cansa-me ver tudo aquilo que acredito se dissipar entre os
dedos enquanto o tempo passa e eu continuo acomodada entregando-me ao
sofrimento.
Cansa-me e me consome o tilintar do relógio e ainda poder
ter esperança.
Cansa-me a ingenuidade que me permite perdoar enquanto me
desfaço.
Cansa-me esse meu medo e minhas frustrações.
Cansa-me as lágrimas que ofuscam meus dias.
Cansa-me essa tamanha indecisão, a complicação, as
promessas, a saudade.
E nada me cansa mais do que a indubitável certeza de que
nada mudara, por mais que se tente e por mais que se queira mudar, no fim do
dia tudo volta a ser o que era antes.
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