Entrei naquela van que me esperava na
frente da Universidade para á volta a casa, muda e calada, porém com o
coração inquieto. No rádio antigo daquela van estacionado em
uma frequência da qual eu não conhecia, tocava uma música familiar não
só a mim, mas a todos por estar na lista das mais tocadas e aquela melodia me irritou até a última nota
por se encaixar perfeitamente com o que havia me ocorrido, com o soco no
estomago que acabará de tomar.
Dizia a música: "Então eu não vou deixá-lo perto o suficiente para me
machucar" que era o que
eu realmente queria.Por fim conclui... a culpa não era dele, quanto menos da
música. A culpa era totalmente e unicamente minha, por esperar muito das
pessoas, do tempo, das palavras, (aaah sim, principalmente das palavras), por
me abrir para um ser desconhecido, por confiar nesse ser de olhos que me
pareciam ser confiáveis que o conhecia á apenas quatro semanas.Tola, pensei.Há pessoas casadas á mais de três décadas, tempo bastante para se conhecer alguém e seus gostos, embora alguns desses casais certamente dividem o mesmo teto, a mesma cama, e nem por isso se conhecem por completo. E eu só o conhecia a quatro semanas, o que poderia esperar? NADA, NADA, NADA.Essa palavra "NADA" veio martelando em minha cabeça e continua ao mesmo tempo em que me sinto uma tola, insegura e amedrontada.Eu sabia que o dia não seria fácil. Tola, pensei novamente.